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Coordenador do Nethis/Fiocruz participou da mesa Cooperação Bilateral e Multilateral em Saúde
Durante o 1º Fórum Internacional do Polo de Inovação em Saúde do Recife, entre os dias 26 e 28 de agosto, o coordenador do Núcleo de Estudos sobre Bioética e Diplomacia em Saúde (Nethis/Fiocruz), José Paranaguá de Santana, apresentou o novo projeto de estudos do Núcleo, o Programa de Pesquisa e Comunicação.
“Desde a criação do Nethis viemos amadurecemos uma concepção ousada sobre nosso campo de estudo”, disse Paranaguá de Santana, ao explicar o Programa de Pesquisa e Comunicação como uma nova forma de pensar e agir ante o tema da cooperação internacional em saúde. Neste sentido, discorreu sobre a abordagem conceitual e metodológica, que se sustenta em dois eixos: análise (pensar) e intervenção (agir).
No eixo de análise são considerados três conceitos: desenvolvimento, desigualdade e cooperação. Na correlação desses conceitos surgem dois paradoxos. O primeiro situa-se no campo das relações entre desigualdade e desenvolvimento. “Se observa um verdadeiro abismo separando países que desfrutam de melhores condições de vida e, portanto de saúde, daqueles que dispõem de muito pouco ou nada desses benefícios”, explica. Tais benefícios advêm em grande parte do progresso cientifico e tecnológico. “Pensar que o progresso contribui para esse abismo causa um “paradoxal desconforto”, afirma Santana.
O segundo paradoxo situa-se na cooperação internacional e resulta do confronto entre os propósitos altruístas para a cooperação contidos na Carta das Nações Unidas – “[…] resolver os problemas internacionais de caráter econômico, social, cultural ou humanitário, e promover e estimular o respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais” – e os interesses econômicos, industriais, financeiros e militares que pautam as relações entre países.
O eixo da intervenção parte da premissa que a cooperação internacional e a regulação em saúde devem “andar de mãos juntas” na articulação e construção de políticas públicas, de modo a controlar os fatores associados aos problemas de saúde em escala global. Para isto, são necessários processos de comunicação, de construção de ideias, consensos e projetos de sociedades nacionais totalmente interdependentes. “Ou seja, é preciso pensar e agir em torno da formulação e execução de políticas de Estado no contexto das relações internacionais, sem as quais não é possível desenvolver processos realmente efetivos de proteção, preservação, recupera e promoção da saúde”, finaliza.
O 1º Fórum Internacional do Polo de Inovação em Saúde do Recife, com o tema central Dialogo Franco-Brasileiro de Inovação em Saúde, foi promovido pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), com apoio do Ministério da Saúde e da Embaixada da França no Brasil. O evento foi realizado no Centro de Convenções de Pernambuco.