Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Retrocessos na governança global da saúde

Notícia publicada em:

  • 14 de maio de 2025
Em abertura de congresso, coordenadora de ensino e pesquisa do Nethis criticou enfraquecimento de iniciativas multilaterais em saúde e reforçou compromisso ético da enfermagem com os direitos humanos

“Defender os direitos humanos na saúde é assumir três compromissos fundamentais: equidade, justiça social e coragem institucional”, afirmou a coordenadora de Ensino e Pesquisa do Nethis/Fiocruz Brasília, Roberta de Freitas, na conferência de abertura do 32º Pesquisando em Enfermagem, promovido pela Escola de Enfermagem Anna Nery, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), entre os dias 13 e 14 de maio.

A lógica de priorização do lucro em detrimento da dignidade humana foi denunciada por Roberta de Freitas como uma das causas estruturantes das desigualdades em saúde. Ela também criticou a ofensiva contra a governança global da saúde, impulsionada por decisões políticas e econômicas que enfraquecem iniciativas multilaterais. “A proposta de retirada do apoio dos Estados Unidos à aliança global de vacinas (GAVI) compromete 13% do orçamento da iniciativa e ameaça reverter conquistas históricas no enfrentamento de doenças evitáveis”, explicou.

Roberta de Freitas também chamou atenção para a recusa de países como Estados Unidos e Reino Unido em aderir à Declaração de Paris para uma Inteligência Artificial Inclusiva e Sustentável, endossada por nações como Brasil e Alemanha, o que evidencia a resistência de algumas potências à construção de uma regulamentação multilateral sobre essas inovações tecnológicas. Para a coordenadora, essa postura compromete o desenvolvimento de soluções orientadas por direitos humanos e amplia as desigualdades no acesso à saúde digital e à inovação em saúde pública.

Por fim, a coordenadora ressaltou o papel estratégico da enfermagem na defesa dos direitos humanos e na construção de um mundo mais justo e sustentável. Com uma presença decisiva nos territórios, esses profissionais contribuem diretamente para a promoção dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), atuando no enfrentamento da pobreza, na igualdade de gênero, na redução das desigualdades e contra as mudanças climáticas.