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Três trabalhos serão apresentados com o intuito de inserir gradualmente as temáticas da saúde na agenda de investigação e trabalho do campo das relações internacionais
A Associação Brasileira de Relações Internacionais (ABRI) promoverá nos dias 20 a 22 de julho, em São Paulo, o 3º Encontro Nacional que tem como objetivo refletir sobre as mudanças e a redefinição da ordem internacional contemporânea no que se refere à sua governabilidade e ao papel dos atores sociais na construção desta ordem. O NETHIS participará do encontro com o objetivo de destacar a importância de uma reflexão no campo da saúde dentro do cenário das relações internacionais.
Com o artigo “Saúde e Integração Regional na América Latina”, os autores Alejandra Carrillo Roa, pesquisadora do NETHIS, e José Paranaguá de Santana, Coordenador do Núcleo, participarão do painel “Novos temas em Integração Regional”, coordenado por Marcos Costa Lima (UFPE) e debatido por Karina Mariano (UNESP). Alejandra participará ainda do mini curso “Os debates atuais sobre a Integração Regional na América do Sul”, ministrado por Miriam Saraiva (UERJ).
“O trabalho visa analisar a evolução das iniciativas de cooperação em saúde nos contextos sub-regionais da América Latina, abarcando aquelas de maior tradição, pela sua prolongada existência bem como a de mais recente criação. A sistematização de cada iniciativa inclui: a constituição, os arranjos institucionais, as dificuldades comuns e alguns exemplos de experiências bem-sucedidas, sendo que observam-se identidades entre as sub-regiões e apontam-se alguns questionamentos para a realização de futuras pesquisas”, explicou Alejandra.
“A reforma sanitária brasileira em perspectiva internacional: cooperação técnica e internacionalização do sistema de saúde brasileiro” é o segundo trabalho apresentado no 3º Encontro Nacional da ABRI. De autoria do bolsista do NETHIS, Carlos Henrique Paiva, o trabalho contextualiza a emergência de uma política internacional do Sistema Único de Saúde (SUS) como agenda comum da Organização Pan-americana de Saúde (OPAS) e do Ministério da Saúde. Para tanto são explorados dois eixos contextuais: discuti-se as relações expressas no trinômio desenvolvimento – cooperação – saúde, de uma perspectiva internacional. Em seguida discutem-se os processos institucionais que proporcionam as orientações mais imediatas para a cooperação sul-sul em saúde com a participação brasileira e a OPAS.
“Procuramos desenvolver uma aproximação mais orientada para as temáticas e objetos do campo das relações internacionais com o intuito, em primeiro lugar, de produzir um espectro mais rico e complexo dos processos de constituição das políticas na área de saúde pública em nosso país. Em segundo lugar, nossa aproximação também tem em vista a inserção gradual das temáticas da saúde pública na agenda de investigação e trabalho do campo das relações internacionais. Trata-se, portanto, de um duplo movimento em que não se tem em vista a hegemonia de um campo de conhecimento sobre o outro, mas de encontro de perspectivas. É sob este prisma que avaliamos nossa participação no congresso da ABRI.”, contou Paiva.
A partir da perspectiva de que uma cooperação baseada na assistência técnica prestada pelos países desenvolvidos para países subdesenvolvidos já não é suficiente para explicar as ações e os atores que interagem na cooperação técnica internacional e que nos últimos anos o Brasil tem desempenhado um papel ativo no cenário internacional, resultado de sua inserção internacional e diretrizes de sua política externa, reconhece-se que a saúde é um instrumento valioso e estratégico para a cooperação técnica prestada pelo Brasil, o trabalho “Breves considerações sobre a Cooperação Sul Sul em Saúde”, será o terceiro trabalho a ser apresentado no 3° Encontro da ABRI pela colaboradora do NETHIS e consultora da OPAS/OMS, Roberta Santos. “O estudo aborda pontos como: quais os principais marcos históricos para a conceituação de Cooperação Sul-Sul?, quais são os valores e princípios da cooperação Sul-Sul?, como se compreende a cooperação Sul-Sul do Brasil em saúde? e como se dá a cooperação Sul-Sul triangulada pela OPAS/OMS?”, explica Roberta.