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Meninas entre 12 e 15 anos estudantes da rede pública de ensino do Distrito Federal (DF) conheceram o Observatório de Regulação Internacional que trata sobre álcool, tabaco, alimentos ultraprocessados e agrotóxicos – produtos relacionados à incidência de doenças crônicas não transmissíveis. A oficina “Quem decide o que você consome?” foi conduzida por pesquisadoras do Núcleo de Estudos sobre Bioética e Diplomacia em Saúde (Nethis/Fiocruz Brasília), na terça-feira, 11 de fevereiro, na Escola Fiocruz de Governo.
A atividade integra a comemoração do Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência, data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU). “Quais alimentos vocês mais gostam de comer?”, questionou a pesquisadora do Nethis Larissa Mesquita ao lado de uma mesa recheada de cereal com açúcar, suco em pó e salgadinhos. Quase em uníssono, as estudantes responderam que preferem os doces. A partir da provocação, a relação entre o consumo de alimentos com alto índice de açúcar e a incidência de doenças crônicas não transmissíveis, como a diabetes, foi explicada.
Larissa comentou sobre a importância de observar a regulação de produtos como, por exemplo, os alimentos ultraprocessados (alimentos que passaram por técnicas e processamentos com alta quantidade de sal, açúcar e gorduras). “Pesquisar as experiências de regulação em diferentes países ajuda a construir ou melhorar políticas públicas nacionais”.
Indústria e Consumo – A influência de forças, que vão além do controle individual, sobre as escolhas de consumo dos cidadãos foi destacada pela coordenadora de pesquisa e ensino do Nethis/Fiocruz, Roberta de Freitas. De acordo com ela, não se deve atribuir exclusivamente ao consumidor a responsabilidade pelo consumo de produtos maléficos à saúde. Na verdade, cabe ao Estado empregar mecanismos que sejam capazes de resguardar a saúde da população em detrimento de interesses econômicos.
Além da oficina com as pesquisadoras do Núcleo de Estudos, as estudantes da rede pública participaram de uma série de atividades que procuravam estimular a participação das mulheres na ciência. Ao longo do dia, foram promovidas palestras, rodas de entrevistas com as estudantes e um concurso de ilustrações. Temas como equidade de gênero, raça e ciência foram abordados pela representante auxiliar do Fundo de População das Nações Unidas (ONU), Raquel Quintiliano, e pela vice-diretora da Fiocruz Brasília, Denise Silva.