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Titular da pasta da Defesa foi além da teoria e falou sobre ações práticas do país. Conversa com estudantes de Relações Internacionais, nesta quarta-feira, lotou auditório do Beijódromo
As interfaces entre a postura do Brasil no cenário internacional e as teorias sobre relações exteriores foram o foco do bate-papo com o ministro da Defesa, Celso Amorim, realizado na tarde desta quarta-feira (17), no Memorial Darcy Ribeiro, o Beijódromo. Na ocasião, o ministro ressaltou a “atitude altiva” do país e defendeu a cooperação como palavra de ordem para a política de defesa brasileira.
A atividade, organizada pelo Centro Acadêmico de Relações Internacionais, integra a semana de recepção aos calouros do curso e contou com presença do reitor da UnB, Ivan Camargo, do presidente da Fundação Darcy Ribeiro, Paulo Ribeiro, e de professores do Instituto de Relações Internacionais.
Celso Amorim relatou sua experiência como professor de Relações Internacionais na UnB, como ministro das Relações Exteriores no governo Lula e como atual titular da pasta da Defesa. “Naturalmente, fui me afastando da teoria, adquirindo uma visão mas prática. Mas ela me ajudou, mesmo que inconscientemente, a analisar a realidade”, disse. Amorim considera que uma das grandes conquistas do Brasil foi a aquisição de uma postura proativa no cenário internacional. “Quando assumi como ministro das Relações Exteriores, achava que o principal problema do país era a atitude. Existia um problema de retração”, explicou. “Depois que tomamos uma atitude altiva, de acordo com nossas visões de mundo, conseguimos nos impor”, disse.
O ministro também ressaltou a importância da união entre os países do hemisfério sul. “Na América do Sul, nosso entorno geopolítico imediato, nossa principal estratégia é a cooperação”, argumentou. “Quanto mais trabalharmos junto com os países, menores os riscos”, afirmou. Celso Amorim citou Maquiável para explicar que o governo precisa estar preparado para enfrentar os problemas: “Um governo sábio não pode se tranquilizar com a bonança aparente. Precisa se preparar para a tempestade”, concluiu.
HOMENAGEM – Durante o evento no Beijódromo, Celso Amorim recebeu das mãos do presidente da Fundação Darcy Ribeiro, Paulo Ribeiro, um banco confeccionado por índios do Xingu, considerado a maior honraria concedida a um “homem branco”. “A história do ministro tem a mesma envergadura dos intelectuais que sonharam a UnB, como Darcy Ribeiro, Niemeyer e tantos outros”, afirmou Paulo, ao entregar o presente.
O reitor Ivan Camargo ressaltou a honra de receber o ministro no campus. “Gostaria de lembrar aos estudantes que é um privilégio ter aqui um ministro da Defesa, dizendo como funciona na prática a política externa brasileira”, disse. “A presença do ministro tem uma dimensão pedagógica e referencial”, observou o professor Flávio Sombra Saraiva, do Instituto de Relações Internacionais. “Tratados teóricos existem, mas só com o homem de Estado eles se completam”, concluiu.
Fonte: UnB Agência.