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A equidade de direitos e acesso à inteligência artificial deve ser objetivo explícito dessa ferramenta aplicada à saúde. Só assim a inteligência artificial poderá alcançar o melhor uso possível. É o que defende Felix Rigoli, pesquisador da Universidade de São Paulo (USP) e palestrante da sessão de abertura do XI Ciclo de Debates: Inteligência Artificial e Desigualdades em Saúde, que acontece na quarta-feira, 18 de agosto, às 14h.
De acordo com o pesquisador, a inteligência artificial tem potencial para trazer benefícios à saúde individual e pública. É o caso, por exemplo, da consolidação de tendências globais em transmissão de doenças por meio do uso dessa tecnologia. Entretanto, alerta Rigoli, um número crescente de estudos começa a demonstrar que a inteligência artificial também pode atuar como um sistema amplificador de políticas injustas. “E isso não é uma grande surpresa. Em um mundo onde existem tantas políticas desiguais, é natural que esses sistemas reflitam essas iniquidades”, diz.
Além de Felix Rigoli, a sessão inaugural do XI Ciclo de Debates: Inteligência Artificial e Desigualdades em Saúde contará com a participação de Fernando Aith, diretor do Centro de Estudos e Pesquisas de Direito Sanitário (Cepedisa) da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP/USP). A diretora da Fiocruz Brasília, Fabiana Damásio, presidirá a mesa de debate.
As inscrições são gratuitas e os participantes receberão certificado da Escola de Governo Fiocruz de Brasília. Os debates serão transmitidos ao vivo no canal do Nethis no YouTube.
Rigoli explica que um dos riscos mais conhecidos do uso da inteligência artificial na saúde é a perpetuação e amplificação de preconceitos. Quando esses sistemas são criados, um conjunto de dados pré-existentes é utilizado para servir de instrução a raciocínios e decisões feitas pela máquina. Acontece que esses dados podem gerar vieses que desencadearão em discriminações. E há ainda o risco da inteligência artificial refletir motivações incompatíveis com o ideal de acesso universal ao serviços de saúde.
“Um algoritmo para diagnostico, tratamento ou cobertura, quando financiado por uma indústria farmacêutica ou contratado por um plano de saúde, irá refletir as motivações que encomendaram o seu desenho” – Felix Rigoli, pesquisador da Universidade de São Paulo (USP).
O XI Ciclo de Debates sobre Bioética, Diplomacia e Saúde Pública é promovido pelo Núcleo de Estudos em Bioética e Diplomacia em Saúde (Nethis/Fiocruz Brasília). A concepção das atividades deste semestre é uma iniciativa compartilhada entre o Nethis/Fiocruz Brasília e Centro de Estudos e Pesquisas de Direito Sanitário (Cepedisa) da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP/USP).
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