A Fiocruz Brasília recebeu na terça-feira, 28 de agosto, uma comissão de Diplomatas da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). A visita institucional integra o programa de atividades do II Curso para Diplomatas dos Estados-Membros da CPLP, promovido pela Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG).
Os diplomatas de Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Portugal, Angola e Cabo Verde foram recebidos pela diretora da Fiocruz Brasília, Fabiana Damásio, e pelos assessores de Relações Internacionais da Fiocruz Brasília Manoel Amorim e Roberta de Freitas, vice-coordenadora do Núcleo de Estudos sobre Bioética e Diplomacia em Saúde (Nethis). “Momentos como esse são fundamentais para criarmos caminhos de aproximação efetiva entre a Fiocruz e os países integrantes da CPLP”, sustentou a diretora.
Durante a visita, Fabiana Damásio ressaltou o compromisso social da Fiocruz em defender a saúde como direito de todo cidadão. De acordo com ela, é a partir desse pressuposto que a Fundação promove uma atuação pautada na promoção e na garantia do bem-estar e da melhoria das condições de vida da população brasileira. “Assumimos um compromisso com o desenvolvimento social e econômico sustentável e com o reforço à saúde pública e ao Sistema Único de Saúde do Brasil”, explicou.
Para a diretora, a visita de diplomatas da CPLP à Fiocruz Brasília carrega uma simbologia que pode ser interpretada como um dos emblemas da Fundação: a construção da saúde sem fronteiras. “Quando recebemos vocês em nossa unidade, valorizamos as articulações entre os países, principalmente, naquilo que estabelecemos como horizonte, a cooperação Sul-Sul”, revelou. Segundo a diretora, o mestrado em Ciências da Saúde do Instituto Nacional de Saúde de Moçambique, certificado pela Fiocruz há 10 anos, e a Rede Global de Bancos de Leite Humano (rBLH), que recebe apoio técnico e financeiro da Fundação, são exemplos concretos desse ideal assumido.
Cooperação Internacional em Saúde – a assessora de relações internacionais da Fiocruz Brasília Roberta de Freitas explicou aos diplomatas como a Fundação tem atuado internacionalmente e destacou algumas dessas experiências como, por exemplo, a inauguração, em 2009, do primeiro escritório internacional da Fiocruz, em Moçambique. “Foi um contexto em que houve a expansão da cooperação internacional brasileira como um todo, o que consolidou ainda mais a saúde dentro da agenda internacional”, esclareceu.
De acordo com a assessora, a partir do conhecimento em saúde pública nas mais diversas áreas, núcleos de trabalho da Fiocruz tornaram-se referência internacional, sendo acionados por outros países e pela própria Organização Mundial de Saúde (OMS). “Nesse contexto estrutural de cooperação internacional, a fundação participa de diversas redes de cooperação, como os Centros Colaboradores da OMS, a Rede Mundial Pasteur, a Rede de Institutos Nacionais de Saúde (IANPHI), a Drugs for Negleted Diseases (DNDi) e as Redes Estruturantes do CPLP, por exemplo”, afirmou.
Roberta de Freitas destacou ainda o Plano Estratégico de Cooperação em Saúde da CPLP (“PECS-CPLP 2018-2021”), proposto pelo Grupo Técnico em Saúde da CPLP, com apoio da Fiocruz e do Instituto de Higiene e Medicina Tropical de Portugal. De acordo com ela, a Fundação tem como base de trabalho a cooperação estruturante em saúde. “Isso significa que não bastam ações pontuais. São necessárias ações orientadas para o fortalecimento de instituições estruturantes, como o Ministério da Saúde, os Institutos Nacionais de Saúde e as Escolas Técnicas de Saúde Pública, por meio do desenvolvimento de recursos humanos, a fim de garantir o reforço global de todo o sistema”, concluiu.