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O Programa Internacional de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, que oferece cursos de mestrado em Moçambique por meio da parceria entre a Fiocruz e o Instituto Nacional de Saúde do país (INS), terá alunos de seis diferentes províncias moçambicanas em sua quarta edição. Pela primeira vez, entre os 16 estudantes selecionados, cinco são de regiões distantes da capital, Maputo. A cooperação Fiocruz-INS também anuncia uma novidade: em breve, será aberta a primeira turma para o nível de doutorado.
Segundo Renato Porrozzi, pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e coordenador brasileiro da cooperação, o edital de seleção já está preparado. “As vagas para doutorado não serão restritas aos estudantes que cursaram o mestrado no programa, mas esta será uma oportunidade para os interessados avançarem em suas pesquisas”, adianta.
Na recente seleção para a quarta turma de mestrado, 28 candidatos disputaram as 16 vagas disponíveis. A seleção foi concluída na semana passada, nos dias 27 e 28 de maio, quando os aprovados na prova escrita passaram por entrevistas individuais com Renato; o coordenador moçambicano do programa de pós-graduação e diretor do INS, Ilesh Jani; e a chefe do Departamento de Ensino, Informação e Comunicação do INS, Margarida Dinheiro.
O coordenador brasileiro comemora a expansão para alunos de diferentes regiões de Moçambique, mais distantes da capital. “É muito bom expandir a área territorial de alcance do programa. No interior do país, é mais difícil realizar pesquisas, e os alunos do mestrado poderão ser multiplicadores do conhecimento”, afirma.
Sobre o curso
Os alunos do mestrado internacional recebem títulos dos programas de pós-graduação Stricto sensu do IOC. Desde 2008, cerca de 20 alunos já concluíram o curso, e mais dez devem se formar no fim deste ano. Os estudantes são, na maioria, servidores do INS e desenvolvem, durante a pós-graduação, estudos sobre temas importantes para o país, como HIV e malária. A próxima turma terá ainda, pelo menos, seis mestrandos interessados na área de pesquisa clínica.
Além de oferecer qualificação acadêmica, a cooperação internacional tem o objetivo de fomentar a pesquisa em saúde em Moçambique. O curso de mestrado conta com 13 disciplinas, totalizando 38 créditos, número superior à maioria das pós-graduações brasileiras. “Os alunos recebem uma formação abrangente em ciências biomédicas e cursam disciplinas como metodologia de pesquisa e redação de projetos e de artigos. Alguns estudantes já publicaram seus trabalhos em revistas científicas e esperamos que este número cresça com a implantação do programa de doutorado”, afirma Renato.
As disciplinas teóricas do mestrado são ministradas em Moçambique por pesquisadores do IOC em parceria com professores locais. O programa inclui ainda um período de três meses no Brasil, para desenvolvimento de pesquisas nos laboratórios do campus de Manguinhos, no Rio de Janeiro. O módulo inaugural da quarta turma de mestrado começará na semana de 14 de julho e será ministrado pelo pesquisador Wilson Savino, ex-coordenador do programa de cooperação e atual diretor do IOC.
Fonte: IOC/Fiocruz