Pesquisa sobre regulação de alimentos ultraprocessados no Chile sugere ampliação do conceito de diplomacia em saúde. A reflexão de pesquisadores do Núcleo de Estudos sobre Bioética e Diplomacia em Saúde (Nethis/Fiocruz) foi publicada em artigo de divulgação científica no Mundorama, periódico on-line nos campos das relações internacionais e ciência política.
Leia aqui a íntegra do artigo.
A coordenadora de pesquisa do Núcleo de Estudos, Roberta de Freitas, explica que a elaboração de políticas públicas nos países em consonância com normas internacionais indica que a diplomacia em saúde é um processo além das discussões e negociações internacionais. “A Lei de Rotulagem de alimentos do Chile é um bom exemplo. O país tomou medidas para implementar as recomendações de prevenção à obesidade emitidas por organismos internacionais e hoje é um modelo internacional para regulação dos alimentos ultraprocessados”, afirma Roberta.
A pesquisa aponta que, entre 2005 e 2018, o Chile emitiu 26 normas reguladoras para reduzir o consumo desses alimentos e controlar a alta taxa de obesidade no país. Segundo o Ministério da Saúde chileno, 98,4% da população nacional consome mais de 5 gramas de sal por dia, quantidade superior ao recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e 74,2% dos chilenos têm excesso de peso (3,2% com obesidade mórbida). Em 2016, o Chile estava entre os dez países com as maiores taxas de obesidade do mundo e a mais alta da América Latina.
Os resultados da pesquisa fazem parte de uma série de estudos do Observatório de Regulação Internacional de Fatores de Risco Associados às Doenças Crônicas Não Transmissíveis, desenvolvido pelo Nethis para fomentar a elaboração de políticas públicas de controle do álcool, tabaco, alimentos ultraprocessados e agrotóxicos.
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