Ações de cooperação tripartite ajudam a reestruturar o sistema de saúde do Haiti

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  • 18 de Janeiro de 2013

Três anos após o terremoto, a cooperação Brasil-Cuba-Haiti promoveu melhorias na infraestrutura de saúde

O terremoto de 7 graus na escala Richter no Haiti, que matou mais de 220 mil pessoas, deixou mais de 300 mil feridos e mais de 1 milhão de desabrigados, completou três anos em 12 de janeiro. O sismo também afetou seriamente a infraestrutura de saúde do país, que vem sendo reconstruída graças ao trabalho realizado pela Cooperação Tripartite Brasil-Cuba-Haiti, que tem como objetivo reestruturar o sistema de saúde haitiano. As atividades do projeto estão voltadas para as áreas de atenção à saúde, vigilância epidemiológica, comunicação em saúde e formação de recursos humanos, além dos esforços de reconstrução de unidades de saúde e construção de novos laboratórios e hospitais. A Fiocruz, que integra a cooperação tripartite, vem desenvolvendo importantes projetos de fortalecimento da base do sistema de saúde haitiano.

Na capital Porto Príncipe, profissionais da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) comandam um curso de alto nível de formação de epidemiologistas para os dez departamentos haitianos. No Brasil, cinco técnicos de laboratório passaram por estágios de seis meses no Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e retornaram a seu país levando importantes conhecimentos na bagagem.

O Canal Saúde/Fiocruz, setor de difusão de informação em saúde por meio de formatos jornalísticos, promove oficinas de sensibilização e preparação das rádios comunitárias no Haiti, para incentivá-las a promover saúde para a população, com mensagens claras, objetivas e de utilidade pública. Outra estratégia é a doação brasileira de dois veículos 4×4, equipados para projetar vídeos em ambientes públicos, que deverão ser utilizados pela Direção de Promoção à Saúde e Proteção ao Meio Ambiente (DPSPE), do Ministério da Saúde Pública e da População do Haiti (MSPP), para veicular mensagens de saúde em audiovisual, principalmente, em comunidades rurais ou de difícil acesso. Também na área de comunicação, o Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica (Icict/Fiocruz) desenvolveu um site com objetivo de facilitar o fluxo da informação do projeto e dar transparência às ações da cooperação.

Em novembro de 2012 foi reinaugurado o Laboratório de Saúde Pública de Cabo Haitiano, cuja reconstrução foi financiada pelo Ministério da Saúde brasileiro, como parte das ações da cooperação tripartite. Um segundo laboratório, também reconstruído com recursos do governo brasileiro, com previsão de entrar em funcionamento em meados de 2013. Os dois fazem parte da estratégia de descentralização do sistema de saúde haitiano e serão chefiados por técnicos que passaram por dois meses de capacitação em procedimentos laboratoriais na Fiocruz.

Outro importante projeto em andamento é o de construção de Espaços de Educação e Informação em Saúde (EEIS), que está sendo conduzido por profissionais da Ensp/Fiocruz e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRG) e conta com o apoio de dois arquitetos haitianos formados no Brasil. Estes espaços vão servir para a vigilância epidemiológica, com uma base consistente de informações em saúde, além de contarem com sala de aula, laboratório de informática para análise periódica dos dados coletados e processados, seguindo o conceito de educação permanente. Ao todo, 11 EEIS vão ser construídos nos dez departamentos haitianos.

Ainda no final de 2012, o Brasil também doou 11 veículos ao MSPP e contratou 13 epidemiologistas haitianos de ampla experiência para a Força Tarefa do Projeto de Fortalecimento da Vigilância Epidemiológica das Doenças Preveníveis por Vacinação. Antes disso, 30 ambulâncias já haviam sido adquiridas e entregues ao MSPP. Também está em curso a construção de três hospitais comunitários de referência e do Instituto Haitiano de Reabilitação de Órteses e Próteses.

Por: Gabriel Cavalcanti/Agência Fiocruz de Notícias