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As desigualdades entre os países, com relação às condições de saúde, bem estar, desenvolvimento científico e tecnológico, podem ser diminuídas com a cooperação internacional? Esta foi a principal discussão levantada pelo coordenador do Nethis, José Paranaguá de Santana, em aula no Programa de Pós-Graduação em Bioética da Universidade de Brasília (UnB) na tarde de terça-feira, 7 de abril.
Sob o título Um diálogo interdisciplinar, Paranaguá apresentou os principais referenciais doutrinários sobre o tema e problematizou as correlações dos conceitos: “desigualdade”, “desenvolvimento” e “cooperação”. “Este círculo de fogo (imagem ao lado) se retroalimenta? Em que sentido? As desigualdades entre os países se agravam quanto maior o avanço científico, tecnológico e econômico mundial. Há um abismo que separa os países que são beneficiários dos que convivem mais com os ônus”, analisa Paranaguá.
Ele ressalta que o poder econômico, científico e tecnológico é uma arena de acirrada disputa entre países, envolvendo grandes empresas privadas, interessadas em novas descobertas, na inovação e na produção dos mais diversos insumos, como medicamentos, alimentos e outros produtos de uso humano. “A porta da frente para tentar não se “queimar” nesse círculo de fogo, se chama regulação desses processos”, defende.
Para Paranaguá, o Estado deve fazer frente aos interesses da sociedade regulando a produção, difusão e consumo de produtos e/ou serviços, tanto os que são indispensáveis para enfrentar doenças, como aqueles nocivos à saúde e ao bem-estar das pessoas e coletividades. “Estamos falando de empresas que atuam em diversas partes do mundo, como a dos medicamentos, dos imunobiológicos, dos alimentos e bebidas, e também do tabaco e dos agrotóxicos, além de outras.”
“É urgente e indispensável que esse tema ocupe lugar de destaque na agenda da cooperação internacional, acumulando capacidade técnica e política para a regulação estatal em assuntos ligados às políticas públicas em escala global” ressalta Paranaguá.
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