Cooperação em Saúde entre Brasil, Índia e África do Sul é inexpressiva, mostra pesquisa

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  • 28 de novembro de 2014

 

IBASA escassez de recursos financeiros e humanos, a frequente mudança no cenário político e a pouca coordenação entre as instituições que atuam na cooperação em saúde do Fórum IBAS – Fórum de Diálogo Índia, Brasil e África do Sul – são algumas das razões apontadas para o “lento desenvolvimento e poucos resultados concretos dessa cooperação”.

É o que mostra a pesquisa “A agenda de Cooperação Sul-Sul em Saúde do Fórum IBAS – Índia, Brasil e África do Sul”, de Alejandra Carrillo Roa, pesquisadora associada ao Nethis e consultora da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS). A orientadora da pesquisa é a professora Célia Almeida,coordenadora do mestrado em Saúde Global e Diplomacia da Saúde.

O surgimento do bloco BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – e a ampliação de sua agenda de cooperação em saúde contribui para o baixo rendimento do IBAS. Para a pesquisadora, existe uma sobreposição de agendas e pautas que levantam questionamentos sobre a importância e a singularidade do Fórum IBAS e, particularmente, sobre a manutenção de sua agenda de cooperação.

Alejandra analisou a agenda de cooperação bi e trilateral em saúde do Fórum IBAS, entre 2003 e 2013, com foco em dois grupos de trabalho: ciência e tecnologia e saúde. “Esses grupos apresentaram resultados modestos e desiguais”, afirma.

AGENDA – O estudo revela que a formulação da agenda de cooperação no campo da saúde está atrelada às diretrizes da política externa dos governantes e seus chanceleres, em consequência “as mudanças de governo favorecem o avanço lento da formulação e da implementação das agendas, que passam a refletir as prioridades, preferências e propostas dos novos governos”. O tema predominante do Fórum é a epidemia de HIV/AIDS.

O Brasil manteve atividades de cooperação com os dois países antes da formação do IBAS. Na cooperação com a Índia, os principais interesses estavam ligados ao intercâmbio de tecnologias e importação de fármacos. Com a África do Sul, o foco esteve direcionado às trocas de experiências sobre políticas públicas no combate à AIDS, em ciência, tecnologia e inovação e às reformas dos sistemas de saúde.

METODOLOGIA – Três técnicas qualitativas foram utilizadas para o levantamento de dados: pesquisa bibliográfica, análise documental e entrevistas com informantes-chaves selecionados. Após a coleta das informações, os dados foram contrastados entre si.

 alejandraAlejandra Carrillo Roa é economista, mestre em Seguridade Social pela Universidade Central da Venezuela e mestre em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca da Fundação Oswaldo Cruz (Ensp/Fiocruz). Acesse o currículo completo aqui