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A primeira aula do Curso de Atualização Paradoxos da Cooperação Sul-Sul em Saúde, iniciado na noite da segunda-feira, 1° de setembro, apresentou os três conceitos chave para as discussões: desigualdades entre os países, acesso aos benefícios do desenvolvimento e a cooperação internacional como ferramenta para superar as injustiças e iniquidades.
“Trabalhamos com o pressuposto de que as desigualdades entre os diferentes países, em termos de suas condições de saúde associadas a padrões ou estágios de desenvolvimento, podem ser aplainadas ou minoradas mediante a cooperação internacional”, introduziu o coordenador do Núcleo de Estudos sobre Bioética e Diplomacia em Saúde (Nethis), José Paranaguá de Santana.
Paranaguá explicou que tais conceitos evidenciam contradições. A primeira delas está na desigualdade, principalmente na área da saúde, entre os países ricos e pobres no que se refere, por exemplo, a organização e efetividade dos sistemas de saúde e as características gerais relacionadas às doenças. “Característica desse cenário em perspectiva histórica é a dissociação entre o avanço científico, tecnológico e econômico global e as desigualdades das condições de vida da humanidade, segmentada entre os poucos beneficiários do desenvolvimento e os excluídos, que se deparam mais com seus ônus”.
O segundo paradoxo é relativo à própria cooperação internacional, em que o interesse dos países é levado em consideração. Pesquisadores sustentam que a cooperação internacional, em especial a cooperação Sul-Sul, surge com a proposta de avançar e superar conflitos dessa natureza. “Há o risco dessa abordagem se tornar apenas mais uma estratégia ou instrumento para o acúmulo desbalanceado de poder dos Estados no sistema internacional”, alerta, Paranaguá.
O documento de apresentação do curso explica que a “proposta é aprofundar a reflexão sobre essas questões, particularmente no tocante aos processos de cooperação entre países na área de saúde, onde ressaltam questões bioéticas vinculadas aos métodos, operações e resultados dessas iniciativas”. As aulas seguem até dia 9 de setembro, quando ocorrem as apresentações de trabalho.
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