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A epidemia de Dengue que acomete atualmente a população brasileira é um fenômeno que vem se repetindo cada vez mais grave e aceleradamente, tal qual em outras partes do mundo.
Trata-se de uma doença infecciosa transmitida pela fêmea do mosquito Aedes aegypt, que ocorre admiravelmente bem nas condições em que vive a maioria das populações em muitos países: enormes aglomerações urbanas, escassez no abastecimento e armazenamento impróprio de água, precariedade de tratamento de dejetos, insuficiência de escoamento de águas pluviais, além de outros fatores.
A tendência crescente da infecção em escala mundial afeta, de forma mais ampla e mais grave, os contingentes humanos que vivem em condições propícias à reprodução do inseto e que, portanto, sofrem mais com a infecção viral.
Tal qual outras doenças infecciosas, não existe uma “bala de prata” contra seu agente causador. É fundamental a ampliação de investimentos em várias frentes: em pesquisa e desenvolvimentos dos meios de combate à doença; no fortalecimento dos sistemas de saúde e na melhoria das condições ecológicas urbanas. Outras medidas são igualmente valiosas, tais como a divulgação intensiva de recomendações sobre como identificar e lidar com a doença e como evitar riscos desnecessários ou agravamentos correlatos à infecção.
Ante o caso da Dengue vale recordar a reflexão publicada neste site, em 17 de dezembro de 2021, a respeito da pandemia de Covid:
[…] a pandemia nos coloca face a face ante o desafio de construir um mundo mais justo, onde todos tenham acesso aos fartos benefícios do progresso das ciências e das técnicas. Nesse sentido, é imperioso redirecionar o desenvolvimento global de sua rota atual, de modo a não favorecer apenas os ricos e deixar ao relento todos os demais.
No primeiro semestre de 2022 foram iniciados os Ciclos de Debate sobre “Pestes, Desenvolvimento e Desigualdades” do Nethis-Fiocruz. Essa linha de atividades foi adotada em caráter permanente via criação do Observatório Armagedom. O objetivo é compartilhar conhecimentos com amplos setores da sociedade e contribuir para a formulação de políticas públicas voltadas para o enfrentamento das pestes infecciosas que ameaçam a humanidade desde épocas remotas e, de forma surpreendente, cada vez mais na atualidade.
Gerson Oliveira Penna, consultor sênior do Nethis.
José Agenor Alvares da Silva, consultor sênior do Nethis.
José Paranaguá de Santana, coordenador do Nethis.
NETHIS - Núcleo de Estudos sobre Bioética e Diplomacia em Saúde
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