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A Ciência & Saúde Coletiva, editada pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), encerrou a chamada pública para envio de artigos sobre Desenvolvimento, Desigualdade e Cooperação Internacional, para o número temático desenvolvido em parceria com o Núcleo de Estudos sobre Bioética e Diplomacia em Saúde (Nethis/Fiocruz Brasília). O coordenador do Núcleo, José Paranaguá de Santana, é o editor convidado.
O Comitê Editorial Executivo da Revista informará diretamente aos autores os resultados da aviação dos trabalho apresentados e encaminhará as demais providencias para a publicação.
O número temático recebeu textos, a partir da chamada pública, que contemplavam quatro chaves de abordagens:
A acepção de saúde no contexto atual das Nações Unidas; a crítica a essa acepção institucional, demarcada pelo enfoque clássico sobre causalidade das doenças, muitas vezes ocultado sob a expressão de determinantes da saúde; o entendimento sobre justiça social e equidade em saúde que considera a vigência de limitações das capacidades humanas e da liberdade como problema de saúde; o reconhecimento da saúde como direito humano fundamental, que se converte em direito social e se projeta em políticas públicas de Estado;
O conceito e a prática da cooperação para o desenvolvimento no contexto das Nações Unidas, como pano de fundo para entender a cooperação na área de saúde; a abordagem da cooperação entre países em desenvolvimento, designada pelas Nações Unidas sob o título de cooperação Sul-Sul; o significado de cooperação estruturante difundida pela Fiocruz, como Centro Colaborador da Opas/OMS em Saúde Global e Cooperação Sul-Sul; a apreciação desses temas em perspectiva bioética;
O entendimento da regulação em saúde promovida pelo Estado em defesa do interesse geral, capaz de atuar no controle de toda a cadeia de produção, difusão e consumo de produtos e serviços, tanto os que são indispensáveis para o enfrentamento de doenças, como aqueles nocivos à saúde e os que favorecem ou promovem o bem-estar das pessoas e coletividades; a análise de estratégias, instrumentos e experiências de regulação em saúde no enfrentamento dos problemas de saúde no mundo globalizado, que exigem a ação estatal de âmbito internacional em certas áreas de forte conexão com a gênese desses problemas;
O reconhecimento sobre a conexão entre regulação em saúde e a noção ampliada de responsabilização social que visa alterar a cadeia patogênica que liga a indústria e o cidadão trabalhador-consumidor, indo desde a produção de certas commodities ao conteúdo das mensagens de propaganda desses produtos; a importância desse temário como de interesse fundamental para toda a sociedade e, portanto, que esse debate deve expandir-se para além das instâncias acadêmicas, dos aparatos burocráticos do Estado e, precipuamente, dos setores industriais e financeiros; os desafios para a comunicação e sua ambivalência na dinâmica libertação-dominação entre os atores desses diferentes campos de interesse; o questionamento e a revisão de conceitos, estratégias e ferramentas capazes de motivar o interesse e a mobilização de amplos segmentos sociais em torno das demandas de saúde no contexto internacional.