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A Organização Mundial da Saúde lançou nesta terça-feira (8) uma nova análise abrangente das tendências globais de saúde desde 2000 e uma avaliação dos desafios para os próximos 15 anos. Saúde em 2015: dos ODM aos ODS (disponível em inglês) identifica os principais motores do progresso na saúde no âmbito dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), da Organização das Nações Unidas (ONU). A publicação estabelece ações que os países e a comunidade internacional devem priorizar para alcançar os novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que entram em vigor no dia 1 de janeiro de 2016.
Os 17 ODS são maiores e mais ambiciosos que os ODM, apresentando uma agenda relevante para todas as pessoas em todos os países a fim de garantir que “ninguém seja deixado para trás”. A nova agenda exige que todas as três dimensões do desenvolvimento sustentável – econômico, social e ambiental – sejam abordados de forma integrada.
Quase todos os ODS estão diretamente relacionados à saúde ou vão contribuir para a saúde de forma indireta. Um dos objetivos (ODS3) diz especificamente para “Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades”. Uma das 13 metas dele é aprofundar os progressos feitos nos ODM e refletir um novo foco para doenças não-transmissíveis e alcance da cobertura de saúde universal.
“A cobertura universal de saúde atravessa todos os objetivos relacionados com a saúde”, diz Marie-Paule Kieny, Diretor-Geral Adjunto de Sistemas de Saúde e Inovação da OMS. “Ele é o eixo de desenvolvimento na área da saúde e reflete o forte foco dos ODS sobre igualdade e alcance das pessoas mais pobres, mais desfavorecidas de todo o mundo”.
Embora os ODM de saúde tenham deixado de alcançar uma série de metas globais, os resultados no geral foram impressionantes. Os últimos 15 anos testemunharam grandes declínios na mortalidade infantil e materna, além do progresso na luta contra o HIV, a tuberculose e a malária nos países em desenvolvimento.
Entre os ingredientes chave para o sucesso estão a duplicação do financiamento global para a saúde, a criação de novos mecanismos de financiamento e parcerias, bem como o papel fundamental da sociedade civil na luta contra doenças como HIV/Aids. Investimentos em pesquisa levaram ao aumento de escala em todos os países de novas intervenções, como a terapia antirretroviral para tratamento do HIV e mosquiteiros impregnados com inseticida para prevenir a malária.
O relatório da OMS apresenta os dados mais recentes e análise em profundidade das áreas-chave definidas nos ODS de saúde:
• saúde reprodutiva, materna, neonatal, infantil e do adolescente
• doenças infecciosas, incluindo HIV, tuberculose, malária, hepatite e doenças tropicais negligenciadas
• doenças não-transmissíveis, incluindo doenças cardíacas, câncer e diabetes
• saúde mental e uso de substâncias, incluindo narcóticos e uso nocivo do álcool
• lesões e violência
• cobertura de saúde universal
“Instantâneos” em 34 diferentes temas de saúde delineiam tendências, conquistas alcançadas, razões para o sucesso, desafios e prioridades estratégicas para a melhoria da saúde em diferentes áreas. Estes “instantâneos” vão de poluição do ar, passando por hepatite, até acidentes de trânsito.
Neste relatório, a OMS também explora como a saúde contribui e se beneficia dos outros 16 ODS, além de examinar implicações de questões emergentes como mudança tecnológica e ambiental na saúde global.
As metas dos ODS relacionadas à saúde refletem fielmente as principais prioridades no programa de trabalho para 2014-2019 da OMS; muitas dessas metas já foram acordadas pelos Estados-membros na Assembleia Mundial da Saúde. Por exemplo, as metas globais voluntárias para a prevenção e controle de doenças não-transmissíveis definidas em 2013 estão estreitamente ligadas à meta ODS 3.4, para reduzir a mortalidade prematura por essas enfermidades em um terço até 2030. Os órgãos diretivos da OMS terão um papel fundamental no acompanhamento e avaliação da implementação dos ODS relacionados à saúde.
“Um dos maiores desafios será medir o progresso por meio de um número impressionante de objetivos, especialmente com a falta de dados de saúde nos países em desenvolvimento”, diz Kieny. “O monitoramento dos ODS requer dados, de alta qualidade, por exemplo, sobre as causas de morte, de todos os grupos da população para que possamos saber onde precisamos direcionar recursos”.
A OMS está trabalhando com parceiros para estabelecer uma colaboração de dados de saúde no início de 2016, que busca apoiar os países a construir melhores sistemas de dados de saúde. Um dos primeiros produtos dessa colaboração global é a Lista de Referência Global da OMS de 100 Indicadores Essenciais, publicado no início deste ano, que já está sendo usado para orientar o trabalho em muitos países.
“Como a agência mundial com o mandato para cobrir toda a agenda de saúde, a OMS assumirá um papel de liderança no apoio para que países estabeleçam suas próprias metas e estratégias nacionais, aconselhando sobre intervenções mais vantajosas, definindo prioridades de investigação e monitorando o progresso no alcance de ODS relacionados à saúde”, diz Kieny.
Em 2016, a OMS publicará o primeiro de uma série de relatórios anuais dos ODS para definir a base e medir o progresso em direção ao alcance dos objetivos ao longo dos próximos 15 anos.
Saúde em 2015: dos ODM aos ODS está disponível em: www.who.int/gho/publications/mdgs-sdgs/en/index.html (em inglês).
Fonte: www.paho.org/bra/