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Nos dias 10 e 11 de setembro, os autores da segunda publicação de estudos e análises do Observatório Internacional de Capacidades Humanas, Desenvolvimento e Políticas Públicas estiveram na Fiocruz Brasília para o lançamento da publicação, disponível abaixo:
Observatório Internacional de Capacidades Humanas, Desenvolvimento e Políticas Públicas – Estudos e Análises 2 (versão português)
Observatório Internacional de Capacidades Humanas, Desenvolvimento e Políticas Públicas – Estudos e Análises 2 (versão inglês)
Observatório Internacional de Capacidades Humanas, Desenvolvimento e Políticas Públicas – Estudos e Análises 2 (versão preliminar espanhol)
O coordenador do Nethis/Fiocruz Brasília, José Paranaguá de Santana, abriu o Seminário com o anúncio de uma parceria com o Colaboratório da Fiocruz Brasília para mapear uma rede – pesquisadores, lideranças dos movimentos sociais, sociedade civil organizada, partidos políticos e órgãos de defesa do consumidor – com objetivo de fortalecer e influenciar as políticas públicas voltadas para o controle de fatores de risco para as doenças crônicas. “As medidas de regulação de responsabilidade dos Estados precisam ser pautadas e reivindicadas pela sociedade”, disse.
Paranaguá agradeceu o apoio e a parceria da Fiocruz, da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), da Universidade de Brasília (UnB) e dos autores no empenho para a organização da obra e do Seminário, “que muito colabora com o pensar e discutir com a comunidade o papel do Estado na regulação dos fatores de risco para as enfermidades crônicas”, finalizou. A publicação reúne 12 artigos com uma abordagem crítica da regulação internacional em saúde como estratégia para conter a nova epidemia de doenças crônicas mundial.
José Agenor Álvares, ex-ministro da Saúde, autor do artigo “Tabagismo: prevalência e regulação”, alerta para a Doença da Folha Verde do Tabaco (DFVT), também conhecida como GTS (Green Tobacco Sickness), diagnosticada em crianças e adultos de famílias que cultivam tabaco. A doença ocorre por causa do constante contato da pele com a folha do fumo durante a colheita e o transporte do produto. Uma pesquisa com esse grupo constatou presença de nicotina na urina de não fumantes em proporção superior à encontrada em fumantes. Ainda é desconhecida a consequência da DFVT, mas os principais sintomas são dores de cabeça, tontura, náuseas e cólicas.
O artigo de Deborah Malta, diretora de Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, traz dados de pesquisa que aponta 2,5 milhões de mortes por ano por causas associadas ao consumo de álcool. Além disso, metade dos adolescentes de 13 a 15 anos ingeriu ao menos uma dose de álcool, um quarto apresentou episódios de embriaguez e 9% relataram ter tido problemas com o álcool.
O estudo sobre agrotóxicos mostra que a população está desprotegida diante do cenário de controvérsias científicas guiadas por conflitos de interesses econômicos que impactam diretamente nas políticas públicas. Outro dado revela que o glifosato é o agrotóxico mais consumido no país, responsável por 40% das vendas, mesmo reconhecido como provável cancerígeno. Além disso, dos 50 ingredientes ativos mais utilizados nas lavouras brasileiras, 22 são proibidos na União Europeia devido à comprovação de danos ao ambiente e à saúde humana.
ORGANIZAÇÃO – Com o apoio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), o livro foi organizado pelo Núcleo de Estudos sobre Bioética e Diplomacia em Saúde (Nethis/Fiocruz Brasília) e pelo Observatório de Recursos Humanos em Saúde (ObservaRH/UnB).