Cada vez mais adolescentes fumam cigarro eletrônico, diz estudo

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  • 27 de Abril de 2015

cigarro eletronicoSAN DIEGO – Cada vez mais adolescentes se tornam adeptos do cigarro eletrônico, demonstrou um estudo apresentado ontem pela Academia Americana de Pediatria (AAP) no congresso anual de Sociedades Acadêmicas da especialidade, na Califórnia. E ele é adotado não só por não-fumantes, mas por jovens que já fumavam cigarros comuns antes. A nova tendência alarmou os médicos.

— Os cigarros eletrônicos preocupam, pois também são dispositivos viciantes em nicotina, e seu vapor é nocivo aos pulmões — afirmou o principal autor do estudo, Jonathan Klein, diretor-executivo assoicado da AAP.

Dados de mais de 10,4 mil adolescentes acima de 14 anos coletados em 142 clínicas nos Estados Unidos mostraram que 10% já fumam o cigarro eletrônico (o índice chegava a 11% em 2014, enquanto foi de 8% três anos atrás).

— O uso de produtos alternativos de tabaco é problemático em especial nos jovens que já fumam, uma vez que pode prolongar ou piorar o vício em nicotina — alerta Jonathan Klein. — E, nos não-fumantes, torna-se uma porta para o hábito do fumo.

NECESSIDADE DE REGULAÇÃO

Os cigarros eletrônicos, de acordo com a pesquisa, são mais utilizados por adolescentes mais velhos, em especial os do sexo masculino.

— Nossa pesquisa funciona como um alerta para que os cigarros eletrônicos ganhem uma regulamentação, a exemplo de outros produtos de tabaco — enfatiza Klein. — E exames e questionários sobre o fumo em clínicas precisam passar a incluir questões sobre as versões eletrônicas.

Embora esteja em crescimento, o uso dos chamados e-cigarettes ainda não ultrapassa o consumo dos cigarros comuns, preferidos por 22% dos entrevistados. E 13% gostam de fumar narguilé (preferencialmente as adolescentes).

Aquecido ao máximo e aspirado profundamente, o vapor com nicotina dos cigarros eletrônicos pode produzir formaldeído, substância que os torna de cinco a 15 vezes mais cancerígenos do que os cigarros comuns, segundo um estudo da Universidade de Portland publicado em janeiro pelo “New England Journal of Medicine”.

Fonte: O Globo.