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Mais de 50 especialistas, de 12 nacionalidades, entre representantes de governo, da academia e de organizações internacionais começaram um debate nesta segunda-feira (27), no Rio de Janeiro, para avançar nos critérios científicos que irão orientar os países membros das Nações Unidas nas novas metas de desenvolvimento pós-2015.
O Seminário “Indicadores de Justiça e Violência para a Agenda de Desenvolvimento Pós-2015” – uma iniciativa do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Organização dos Estados Americanos (OEA) – faz parte da redefinição das metas das Nações Unidas para substituir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) e incluir, na agenda futura, temas como a segurança cidadã e humana.
“O desafio agora é resumir em indicadores e definir a natureza desse compromisso político que os países vão adotar para melhorar a condição de paz e segurança como condição essencial para o desenvolvimento humano”, disse o coordenador-residente do Sistema Nações Unidas no Brasil e representante-residente, Jorge Chediek, que participou da abertura do evento.
Desafio
De acordo a pesquisadora Fátima Marinho, que apresentou dados da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS/OMS), alguns países ainda enfrentam dificuldades em registar números de violência.
Em algumas nações africanas, segundo ela, estima-se que apenas 10% dos homicídios sejam registrados. O sub-registro também afeta países das Américas, onde nos últimos dez anos 1,15 milhão de pessoas foram assassinadas. Venezuela e Paraguai, por exemplo, apresentam valores de sub-registro próximos de 30%.
“Como trabalhar isso, algumas sugestões especialmente de melhoria da capacidade nacional, de aumento da capacidade de captar e de classificar, e aumento da capacidade nacional de investigar.”
O seminário termina nesta terça-feira (28) e ainda terá outros temas em pauta. A diretora do Departamento de Segurança Pública da OEA, Paulina Duarte, apresenta os próximos temas. “Vamos ainda debater no seminário, além do tema de vitimização, que é extremamente importante como um indicador de violência e justiça, novas técnicas de coleta de dados e análises em violência e segurança pública.”
Como explica o chefe da equipe do Departamento de Prevenção e Recuperação de Crises (PNUD), Samuel Doe, o propósito do encontro é fazer a conexão entre o debate científico e os realizadores de políticas. “Esses objetivos devem ser mensuráveis, efetivos, devem servir para avaliar a performance dos Estados.”
O encontro ocorre na Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), no campus de Manguinhos da Fiocruz, e contou com a presença da secretária nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça do Brasil, Regina Miki, do diretor do Centro Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (Centro RIO+), Rômulo Paes, e do presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha.
FONTE: ONU/BRASIL