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“A ideia é que a inovação seja fomentada e promovida a partir da agenda do SUS, e não que a gente, simplesmente, incorpore ou compre inovações tecnológicas que o mercado apresenta”, declarou a secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde Ana Estela Haddad na palestra magna de abertura da 6ª Feira de Soluções para Saúde, que acontece em Brasília até o dia 29 de novembro.
Ana Estela se referia à criação do Laboratório de Inovação em Saúde Digital, uma rede colaborativa, coordenada pelo Ministério da Saúde e composta de instituições públicas e privadas interessadas no desenvolvimento de soluções para atender às necessidades identificadas por gestores, trabalhadores e usuários do SUS.
De acordo com a secretária, é preciso estar alerta. Da mesma forma que a saúde digital traz oportunidades, como a possibilidade de ampliação do acesso ao SUS; também traz riscos, como aqueles relativos ao aumento das iniquidades em saúde e aos incidentes relacionados ao vazamento de dados pessoais. “É muito importante estarmos atentos para não incorporarmos de maneira acrítica a tecnologia no nosso processo de trabalho”.
Foi também considerando o potencial de ampliação da disponibilidade de serviços no SUS, que a diretora da Fiocruz Brasília, Fabiana Damásio, destacou a iniciativa da Fundação de promover a feira. “É com este espírito que a gente desenvolve a feira. Para que a transformação digital possa ocorrer para enfrentarmos juntos as iniquidades em saúde”. Fabiana Damásio ainda destacou outras iniciativas inovadoras da Fiocruz como o Sistema de Alerta para Antecipação de Surtos com Potencial Pandêmico e a Rede Genômica, além das tecnologias relacionadas à produção de imunizantes.
Para o diretor executivo da Fundação, Juliano Lima, é preciso garantir que a transformação digital ocorra em prol do fortalecimento do SUS. “A feira, ao pautar a transformação digital, coloca em pauta uma luta: que as novas tecnologias venham a serviço da sociedade, a serviço da redução das desigualdades, a serviço da saúde como um direito”, defendeu.
Uma homenagem realizada ao professor Luiz Carlos Lobo, atualmente consultor da Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS), marcou a cerimônia de abertura do evento. Lobo é considerado pioneiro na construção da saúde pública digital “Minha vida toda foi dedicada a inovar para fazer melhor. Quando comecei a discutir inteligência artificial, havia quem considerasse o tema irrelevante”, revelou.
A 6ª Feira de Soluções em Saúde é fruto de uma articulação entre a Fiocruz Brasília e a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), com patrocínio da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF). Segundo o coordenador do Colaboratório de Ciência, Tecnologia e Sociedade da Fundação, Wagner Martins, essa edição da feira visa ativar o ambiente de inovação para a transformação digital da saúde. “Desde a sua primeira edição, a feira articula de modo cooperativo as hélices da inovação”, explicou. A programação do evento segue até quarta-feira (29/11). Saiba mais aqui.
Também participaram da cerimônia de abertura a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão; a secretária de saúde do DF, Lucilene Florêncio; a superintendente científica, tecnológica e de inovação da FAP-DF, Renata Viana; o presidente do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF, Juracy Lacerda Júnior; e o subsecretário de planejamento em saúde da SES-DF, Rodrigo Costa.
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