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É indispensável que as inovações digitais aplicadas na educação em saúde não substituam a figura do professor em sala de aula. Ao contrário, elas devem atuar como facilitadoras nas relações entre professores e alunos, ampliando contatos e favorecendo a acessibilidade nos contextos de distanciamento geográfico ou de alunos com deficiência, por exemplo.
Foi o que defendeu Felix Rigoli, consultor sênior do Nethis e coordenador do Observatório de Desenvolvimento e Desigualdades em Saúde e Inteligência Artificial (Odisseia), no Simpósio Internacional de Inovação e Pesquisa em Educação na Saúde (SIIPES), realizado na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), entre os dias 4 e 6 de agosto. O pró-reitor de Graduação da USP, Aluisio Augusto Cotrim Segurado, coordenou a mesa redonda que contou com participação de Rigoli.
De acordo com o consultor do Nethis, muitas instituições de ensino passam por uma acelerada transformação digital, impulsionadas pela Quarta Revolução Tecnológica. “Mas, infelizmente, boa parte delas vêm reduzindo a quantidade de professores e a carga presencial dos alunos no ensino superior. E dificilmente a formação em ciências da saúde será de qualidade se o contato entre professores e alunos só aconteça ocasionalmente”, afirmou.
No Brasil, segundo Rigoli, esse cenário é ainda mais alarmante devido à fragilidade do sistema regulatório sobre o setor e à prevalência de serviços privados lucrativos no ensino superior. “Em definitivo, os projetos pedagógicos devem ser repensados, mas não a partir de transformações digitais que visem cortar salários e salas de aula, com sistemas de avaliação sem feedback personalizado e chatbots impessoais”, defendeu.
Confira aqui a apresentação em slides de Rigoli no simpósio promovido pelo Centro de Desenvolvimento de Educação Médica (CEDEM) da USP.
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