Regulação de alimentos ultraprocessados é tema de debate nesta quinta-feira

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  • 18 de Setembro de 2018

Biscoitinhos recheados, chips crocantes, barrinhas de cereais são exemplos de alimentos ultraprocessados que ocupam as prateleiras de supermercados e as dispensas de residências mundo afora.  São úteis e “quebram o galho” quando não há tempo de preparar uma refeição. E são chamados assim porque passam por diversas etapas de processamento com o objetivo de transformar a matéria-prima em alimentos mais palatáveis para adultos e crianças. A regulação internacional desses alimentos é o tema desta quinta-feira, 20 de setembro, do IX Ciclo de Debates, a partir das 8h30, no auditório interno da Fiocruz Brasília.

Inscreva-se aqui. Os presentes receberão certificado de participação emitido pela Escola Fiocruz de Governo (EFG) da Fiocruz Brasília. O debate será transmitido ao vivo pelo canal do Nethis no YouTube. Acompanhe aqui a transmissão.

Participam do debate a pesquisadora em nutrição humana Gisele Bortolini, da Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde (CGAN/MS) e o consultor jurídico do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) Igor Britto. A vice-diretora da Fiocruz Brasília, Denise Oliveira e Silva, coordenadora do Programa de Alimentação, Nutrição e Cultura da Fiocruz Brasília (Palin/Fiocruz Brasília), fará a coordenação da mesa.

De acordo com Gisele Bortolini, por serem elaborados com gorduras indesejáveis (gorduras trans e saturada), grande quantidade de sódio e açúcar, além das substâncias de uso industrial, o consumo de ultraprocessados está relacionado ao aumento do risco de desenvolver a obesidade em 30% e ao aumento de mais de 10% do risco de câncer geral e câncer de mama. A relação desses produtos com doenças crônicas não-transmissíveis é um dos temas do debate.

REGULAÇÃO – A importância da regulação desses alimentos como forma de proteção das práticas alimentares saudáveis e o direito do consumidor em fazer escolhas a partir de informações corretas são alguns dos pontos que serão tratados na palestra de Bortolini. Segundo ela, no Brasil, a promoção da alimentação saudável é realizada a partir de duas frentes de atuação. A primeira é com o Sistema Único de Saúde (SUS), as unidades básicas têm o papel de propagar a alimentação saudável em âmbito local. “O Guia Alimentar para a População Brasileira, elaborado pelo Ministério da Saúde, é o instrumento utilizado pelos profissionais de saúde para realizar ações de promoção nas comunidades”, explica.

A segunda frente de atuação refere-se à regulação pelo Estado dos alimentos ultroprocessados. “A forma mais efetiva para a redução do consumo”, defende Bortolini. Para a pesquisadora, a experiência de outros países na adoção de medidas regulatórias deve servir como exemplo para o Brasil. Para diminuir o consumo de bebidas muito açucaradas, o México aumentou a tributação incidente sobre esses tipos de bebidas. “Por meio de políticas fiscais para o aumento de preço, o México conseguiu reduzir o consumo desse produto”, garante.

Bortolini aponta a necessidade de melhorar os rótulos dos alimentos comercializados no Brasil. De acordo com ela, outros países da América do Sul, como o Chile, o Peru e o Uruguai já adotaram práticas de rotulagem em que a população é avisada a respeito dos ingredientes contidos em determinados produtos. “É um sistema de alerta com símbolos pretos na parte frontal dos ultraprocessados, informando sobre o excesso de açúcar, sal e gordura”.

Entenda um pouco sobre os níveis de processamento dos alimentos:

 In natura obtidos diretamente de plantas ou de animais sem que tenham sofrido qualquer alteração.
Minimamente processados submetidos a alterações mínimas.
Processados fabricados essencialmente com a adição de sal ou açúcar a um alimento in natura ou minimamente processado. Ex: legumes em conserva, frutas em calda, queijos e pães.
Ultraprocessados utilizam diversas etapas, técnicas de processamento e ingredientes, muitos deles de uso exclusivamente industrial.

Confira a agenda das próximas sessões:

18 de outubro, “Regulação Internacional de Agrotóxicos”.
Inscreva-se gratuitamente aqui;

22 de novembro, “Regulação Internacional de Álcool”.
Inscreva-se gratuitamente aqui.