Doença crônica atinge 4 em cada 10 brasileiros

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  • 11 de Dezembro de 2014

 

Quatro em cada dez brasileiros têm ao menos uma doença crônica não transmissível, conjunto de enfermidades que responde por mais de 70% das causas de mortes no Brasil. São doenças como hipertensão arterial, cardiovasculares, câncer, diabete e depressão. Esse é o diagnóstico da Pesquisa Nacional de Saúde 2013, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Dos 146,3 milhões de brasileiros com mais de 18 anos, 57,5 milhões responderam que sofrem de pelo menos uma dessas doenças. Elas estão associadas a hábitos pouco saudáveis, como o consumo abusivo de álcool, alimentação pobre em frutas, legumes e verduras, sedentarismo, pouco exercício físico e tabagismo – um padrão de comportamento que também aparece na pesquisa.

“Nós já tínhamos informação muito impactante, de que fizemos a transição demográfica (a população envelheceu), mas fizemos a transição epidemiológica: mais de 73% das mortes são por doenças não infecciosas, as chamadas doenças crônicas não transmissíveis”, disse o ministro da SaúdeArthur Chioro.

A hipertensão, importante fator de risco para doenças cardiovasculares, atinge um em cada 5 brasileiros – 31,3 milhões de pessoas relataram ter sido diagnosticadas com pressão alta. Deste total, 14,1% foram internados por complicações provocadas pela doença.

Outro fator importante para o aumento do risco de doenças cardiovasculares é o colesterol elevado – 12,5% das pessoas com mais de 18 anos tiveram esse diagnóstico. Outros 6,2% têm diabete. Mas o dado pode estar subestimado, uma vez que 11,5% da população nunca fez o teste do nível de glicose no sangue.

A pesquisa mostrou que, entre as pessoas diagnosticadas há mais de 10 anos, 36,6%desenvolveram problemas de visão; 15,5%, problemas circulatórios; 13,3%, problemas nos rins; 7,1% enfartaram; 4,4% sofreram acidente vascular cerebral (derrame) e 2,4% tiveram de amputar um membro.

Depressão. Onze milhões sofrem de depressão, e a prevalência é maior na região urbana (8%) do que na rural (5,6%). O Sul e Sudeste apresentaram os maiores porcentuais de diagnósticos de depressão, 12,6% e 8,4%, respectivamente. Apesar do diagnóstico, menos da metade (46,4%) recebeu assistência médica.

A pesquisa aponta que uma em cada 10 brasileiras sofre de depressão. Entre os homens, a proporção passa para um em cada 25. De acordo com Maria Lucia Vieira, gerente da Pesquisa Nacional de Saúde, proporção superior de mulheres com doenças crônicas foi uma constante no levantamento. Isso ocorre porque elas procuram mais atendimento médico. “Há uma resistência dos homens em procurar o profissional de saúde mental.”

Fonte: O Estado de São Paulo.

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