Pesquisadora apresenta pôster sobre a cooperação Norte-Sul e Sul-Sul

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  • 7 de Junho de 2012

Alejandra Carrillo Roa, pesquisadora do Núcleo de Estudos sobre Bioética e Diplomacia em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Nethis/Fiocruz), está no Congresso Mundial de Bioética, em Roterdã, na Holanda.

O Brasil e os Estados Unidos se diferenciam em princípios éticos e valores para justificar as estratégias de cooperação internacional. O discurso das autoridades brasileiras e americanas dá notada relevância aos princípios de parceria e responsabilidade coletiva para fundamentar a cooperação internacional. Apesar dessa coincidência, a retórica brasileira distingue-se por invocar os princípios de solidariedade, de soberania e de não interferência. Enquanto a americana recorre aos princípios de compaixão, de efetividade, de eficiência e de interesse mútuo.

Já os objetivos que permeiam a cooperação são semelhantes, ambos querem fortalecer seu poder econômico e político. Foi o que constatou Alejandra Carrillo Roa, pesquisadora do Núcleo de Estudos sobre Bioética e Diplomacia em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Nethis/Fiocruz), na pesquisa Cooperação Internacional Norte-Sul e Sul-Sul: A ética como manto para o poder. Alejandra vai apresentar um pôster sobre o seu estudo durante o Congresso Mundial de Bioética da Associação Internacional de Bioética (IAB), entre os dias 26 e 29 de junho, em Roterdã, na Holanda. “Minhas expectativas são de apresentar o Nethis e de trocar experiências com atores importantes da Bioética internacional. Além disso, se houver interesse, posteriormente, gostaria de publicar o estudo”, conta.

A pesquisadora analisou 95 discursos dos presidentes do Brasil e dos Estados Unidos e dos ministros das Relações Exteriores e secretárias de Estado dos países. Os discursos foram proferidos entre 2004 até março de 2011. Dos presidentes do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff foram 34 pronunciamentos, e dos presidentes dos Estados Unidos George Bush e Barack Obama, 19.

Além deles, 22 discursos dos ministros das Relações Exteriores Celso Amorim e Antônio Patriota, e 20 de Hillary Clinton e da Condoleezza Rice, secretárias de Estado dos EUA. “Essa metodologia é uma análise de conteúdo que pretende identificar a frequência de determinados termos, tais como: solidariedade, compaixão, desenvolvimento, efetividade, entre outros”, explica Alejandra.

A análise foi dividida em duas categorias: princípios éticos e objetivos. Esses elementos são utilizados nos discursos para justificar a cooperação internacional realizada pelos países. Promover o desenvolvimento e reduzir a pobreza, não são os únicos objetivos dos Estados Unidos e do Brasil, eles são motivados por interesses próprios para expandir o seu poder. “Com isso, visam fortalecer o desenvolvimento da economia, gerar emprego e ampliar o comércio”, completa Alejandra.